sábado, 5 de janeiro de 2013
A menina e o rio
Na beira do rio, a menina cantarola.
Cantarola e rodopia segurando seu baldinho.
Dentro do balde um tesouro precioso, peixinhos, siris, camarõezinhos... Todos “vivinhos” comprados de uma amiguinha, ali na lancha do tio Jorge, chegou a pouco do mar.
Por um momento ela para, simplesmente contempla o rio enorme, suas águas correndo para o mar. E o barulho dos barcos e cheiro das águas misturadas com a maré cheia. E o vento, e os biguás, gaivotas, e toda a vida cantando num burburinho frenético... Extasiante!
E para casa ela retorna. Cuidadosamente um a um ela acomoda e alimenta os peixinhos em seu aquário. Que alegria! Parece que um pedacinho do mar foi para dentro de casa.
No outro dia, ah... Que horror! Todos boiando, o que poderia ter acontecido de errado? Melhor ir falar com a vendedora...
“_Hum você não alimentou direito! Precisa comprar mais alguns.”
“_Vou então buscar o dinheiro, porém volto mais tarde, vou à Itajaí com minha avó, adoro atravessar de lancha e pela janelinha ver os botos subindo até a curva do rio.”
E o ritual se repete. E no outro dia, a mesma história.
Então, a menina é uma moça, que nas férias de verão continua a visitar o mesmo rio.
Passeia de barco com o intrépido Capitão Jorge e adora ouvir suas histórias de pescador.
Nas marolas dos anos, as moças já são mulheres, mães e devotas de Nossa Senhora, amigas enfeitam o barco para a procissão dos Navegantes.
E o tempo insiste em modificar as coisas, mas a menina continua lá, na beira do rio e todos os dias ela insiste em trazer para si um pedacinho do mar.
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"A fala é o instrumento,
o verbo é a ação"